É carnavalll!!
Carnaval de rua em Morro de Redondo
A
história do carnaval de Morro Redondo começa com um de seus idealizadores,talvez o principal deles,ao menos o mais famoso: Elpídio
Gonçalves da Silva. Seu Elpídio
morava no interior de Morro Redondo, na colônia Passo do Valdez. Em 1961, mudou-se
para vila Fiss, na antiga Rua São Pedro(hoje Rua das Extremosas).
Elpídio
gostava muito de carnaval. Acompanhava os grandes carnavais pelo radio e conhecia
bem o carnaval de Pelotas (considerado um dos melhores do estado). O carnaval
de Morro Redondo surge no final da década de 1970, quando Elpídio convidou
alguns amigos para fazer um pequeno evento na rua.
A primeira coisa que fez foi providenciar
material para construir o personagem mais lembrado do carnaval: o BOI SALINO
(um boi feito de taquara e tecido), conduzido por um homem e que perseguia os
foliões durante o desfile.
Organizaram
a formação da bateria acompanhada de gaita e sopro. Também enfeitaram um caminhão
do Senhor Helmuth Stein para o desfile da rainha do carnaval. A primeira rainha
se chamava Sulene.
A
ideia do carnaval se espalhava rapidamente e ganhava apoio de outras pessoas da
comunidade. Uma costureira conhecida por Nininha fez a capa da primeira rainha.
O primeiro desfile começou da Rua Extremosa
e retornou subindo e descendo a rua. Nos anos seguintes ,o carnaval cresceu e
foi ganhando novos integrantes. O percurso do desfile já era maior, ia do fim da Vila, até os Fiss, e mais tarde
até os Muller.
Os
foliões participavam do desfile e voltavam até o salão do Reinaldo Piske, onde
era feito o baile de carnaval com a escolha da corte, rainha, primeira e
segundas princesas e madrinha da bateria.
Em
1975, o bloco burlesco Colonial de Morro Redondo representado por seu
presidente, Elpídio, já contava com mais
de cem componentes conforme documentos enviados ao chefe da censura federal, órgão
vinculado à Policia Federal, no dia 24/ 11/1975.
Como
personagens, além do Boi Salino, agora já tinha um petiço, o galo e a girafa.
Segundo relatos de Paulo Jorge, filho do senhor Elpidio, a preparação para o
Carnaval começava com antecedência:
“Uns três meses antes do
carnaval meu avô parava tudo (trabalhava de forma autônoma ) e se dedicava à
reforma dos bichos. Todos os anos era necessário reformar. Depois ele cravava
postes com grandes painéis com desenhos de mascarados e palhaços, onde eram
instalados a fiação com lâmpadas ao longo do percurso do carnaval.
Um dos melhores momentos do carnaval
era a participação dos mascarados. As pessoas se fantasiavam e brincavam com o
público. Os que iam ao carnaval ficavam curiosos pra saber a identidade dos
mascarados (todos se conheciam). Um senhor chamado Jose Miguens, que era muito
amigo de meu avô, proprietário da Casa Miguens, em Pelotas, doava retalhos de
tecidos e aviamentos que eram utilizados na confecção de roupas e alegorias do
carnaval.
A subprefeitura de Morro Redondo, tinha
somente um jipe, cujo motorista era meu tio Rubens Schiavon. Este carro servia como carro oficial, ambulância,
viatura policial e, na época do carnaval, buscava uns músicos que moravam mais
longes e também alguns poucos “brigadianos” que faziam a segurança.”
Fonte:Informações
pesquisadas pelos alunos dos 5º anos, do Colégio Estadual Nosso Senhor do Bonfim,
em 2014 e 2015, sob coordenação da professora Rutilde Krüger Feldens.
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